Como Se Inicia Uma Briga na Fronteira - Baseado Em Uma História Real

Se você não tiver paciência para ler assista o vídeo. Se você não tiver paciência para esperar o vídeo carregar leia o texto. Se você não tiver paciência para nenhum dos dois, olhe outra postagem. E se não tiver paciência para nada vá se catar.

O delegado pergunta ao depoente:

- O senhor foi intimado a depor sobre a violenta briga acontecida ontem no seu armazém lá no interior lá no interior da cidade. Cinco mortos, oito feridos, uma barbaridade.

- No meu bolicho, seu delegado. Quem sou eu para ter uma armazém? Armazém do turco Salim, que foi mascate. Por sinal...

- Não desvie do assunto. Como e porque começou a briga?

- Bueno, pois então historiemo a coisa... Domingo, como o senhor sabe, o meu bolicho fica de gente que nem corvo em carniça de vaca atolada. O doutor entende. Peonada más,loucos por um trago, por uma charla sobre china. A minha cana é da pura, não batizo com água de poço como a do turco Salim. Que por sinal...

- Continue, continue, deixe o turco em paz.

- Pois então vamo reto que nem goela de João grande. Tavam uns 30 home tomando umas e outras, uns mascando salame para enganar o bucho, quando chegou o Taio Feio... O senhor sabe, o índio é mais metido que dedo em nariz de piá, deu um planchaço de adaga no balcão e perguntou se havia home no bolicho.

Todo mundo coçou as bolas, home tem bola, o senhor sabe. O Lautério que não é de cheirar com pouca venta - disse que era com ele mesmo, deu de mão numa tranca e rachou a cabeça do Taio Feio.

Um contra parente do Taio Feio não gostou da brincadeira e sentou a argola do mango no Lautério. Pegou no olho - lá nele - e o Lautério saiu ganiçando como cusco que levou água fervendo pelo lombo.

Um amigo de Lautério se botou no contra parente do Taio - que já tava batendo a perninha - e enfiou um palmo e meio de ferro branco no sovaco do cujo que lhe chamam de Pé de Sarna.

Um irmão do Sarna chateado com aquilo, pegou um peso de 5Kg da balança e achatou a cabeça do homem que faquiou o Sarna. Os óio saltaram, seu doutor. E eu só olhando, achando um tempo perdido.

Um primo do homem do ferro branco repuscou um machado do galpão e golpeou o irmão do sarna. Errou a cabeça só conseguiu atorar o braço do vivente. Aí eu fui ficando nervoso puxei meu berro pro mole da barriga, pronto para um quero. Meu bolicho é casa de respeito seu delegado e a brincadeira já tava ficando pesada.

Mas bueno, foi entonces que o Miguelão se alevantou do banco, palmeou uma carneadeira, chegou por trás do homem de machado, pé que te pé, grudou ele pelas melena e degolou o vivente num talho, a coisa mais linda. O sangue jorrou longe como mijada de cuiudo. Aí eu e mais uns outros - tudo home de respeito - se arrevoltemo com aquilo. Brincadeira tem hora, o senhor não acha?

- Acho sim. Mas e aí?

- Pois, como lhe disse, nós arrevoltemo. Saquemo os talher. E foi aí que começou a briga...

Aqui no sul o sistema é BRUTO!

Caso não tenha entendido algumas das palavras comente e que eu direi o significado.